Fonte: Gazeta Online
Protesto
O encerramento da marcha aconteceu por volta das 17 horas em frente ao Museu Capixaba do Negro. A data foi comemorada em mais de 260 cidades do país, que ao contrário de Vitória, decretaram feriado nesta quinta-feira(20).A data lembra o dia em que foi assassinado, em 1695, o líder Zumbi do Palmares, considerado símbolo da resistência negra à escravidão. Além da morte de Zumbi, após ser denunciado por um companheiro e capturado pelos portugueses, o dia também marcou o fim do Quilombo dos Palmares, o maior do país, em Alagoas. O local chegou a abrigar mais de 30 mil negros.
Cerca de 300 pessoas participaram da Marcha Contra o Extermínio da Juventude Negra Capixaba, em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Os man ifestantes carregaram faixas e várias cruzes feitas de madeira simbolizando a morte de jovens negros da periferia.
A passeata na capital deixou o trânsito de veículos congestionado no Centro de Vitória na tarde desta quinta-feira (20).Por volta das 14h30 os manifestantes saíram da Casa Porto, na Avenida Jerônimo Monteiro e seguiram atrás de um carro de som até o Museu Capixaba do Negro, localizado na Avenida República.
No caminho houve uma parada no Palácio Anchieta. As escadarias foram tomadas por estudantes de escolas municipais de toda a Grande Vitória.O aluno da Escola Municipal Santa Isabel, em Cariacica, Edgar Edivan, 15 anos, era um deles. "Nós negros precisamos estar nas ruas marchando. Eu acho muito importante lutar pelos direitos", disse. As cruzes carregadas pelos manifestantes foram fincadas na área verde do Palácio Anchieta. A professora de Filosofia, Rosa Maria Curado, 44 anos, levou 34 alunos da Escola Municip a l Renascer, de Cariacica para o protesto. "É importante o aluno ter consciência da data, dos direitos e das conquistas dos negros e ser ativo no movimento, com essa consciência viva de participação", ressaltou.A manifestação foi organizada pelo Fórum Estadual de Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes).
Um dos coordenadores da região Norte do Fórum, Rondinelli Eleotério, 28 anos, destacou que a marcha representa um marco na luta do povo afrodescendente. "Essa é mais uma forma de fazermos uma denúncia contra a opressão que nós negros ainda sofremos no país. Também queremos mostrar que o jovem negro é quem mais sofre com a falta de políticas públicas. Essa marcha é para cobrar ações dos órgãos públicos para que desenvolvam ações para amenizar essa situação no Estado", declarou o militante.
Trânsito lento
Por conta da passeata, o trânsito em algumas avenidas do Centro ficou comp li cado e fluiu lentamente. Motoristas que passavam pela Avenida Jerônimo Monteiro, por exemplo, tiveram de ter paciência por conta da lentidão, já que os manifestantes ocuparam duas das três faixas da via. Alguns passageiros nos coletivos saltaram dos ônibus e preferiram continuar o trajeto a pé, por conta do engarrafamento.
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